Tal como escreveu Sérgio Godinho, na na canção "Isto anda tudo ligado", pôde ser uma frase premonitória para muitas situações da vida, como o foi para a participação do atleta Francisco Lázaro na maratona dos Jogos Olímpicos de Estocolmo em 1912, numa frase do atleta do Benfica que se tornou celebre e pronunciada antes da maratona "Ou Ganho ou Morro", também o atleta e escritor português José Luís Peixoto, no seu romance "Cemitério de Pianos", Francisco Lázaro é o protagonista do livro, uma leitura apaixonante, só possível ser escrito por alguém que sentiu o frémito momentos antes da participação numa prova de atletismo, no livro são relatadas as peripécias de Francisco Lázaro a desafiar os transportes públicos "electricos", no trajecto de Benfica até São Sebastião da Pedreira, e no regresso do trabalho, as pernas essas sim eram o instrumento para almejar o seu sonho, e também o seu "luxuoso meio de transporte", a dureza da vida dum simples operário da capital (carpinteiro).
Voltemos à participação de Francisco Lázaro, na maratona olímpica, para a qual era um dos principais favoritos, com uma marca muito boa e conseguida em Lisboa. "sem asfalto", mas em calçadões esburacados, e com uma orologia nada simpática da cidade das sete colinas, o atleta do Benfica parava o registo da maratona no ano de 1912, em 2h52m08s, por isso alimentava no seu discurso a ambição lógica de ser campeão olímpico em Estocolmo, pois o vencedor da maratona dos jogos olímpicos de Londres 1908 conseguiu a marca de 2h55m.
Nos Jogos Olímpicos de 1912, o porta-bandeira da delegação portuguesa foi Francisco Lázaro, integravam a delegação lusa figuras proeminentes do desporto e cultura portuguesa, como Armando Cortesão e António Stromp.
Na mítica distância da maratona, Francisco Lázaro fez jus à sua frase "Ou Ganho ou Morro", o atleta português encarou a maratona com o mesmo espírito que o Soldado ateniense Fidípides, o dia 14 de Julho de 1912, brindou os 71 atletas da maratona, somente 35 concluíram a maratona, com uma temperatura de 32º à sombra, Francisco Lázaro foi o único dos participantes a não utilizar qualquer tipo de protecção na cabeça, momentos antes da maratona com as temperaturas altas untou o corpo com sebo, o que impediu a transpiração pelos poros da pele cutânea tapados, Armando Cortesão tentou dar banho ao atleta português, mas já não havia tempo disponível para tal , Francisco Lázaro tomou a frente da corrida no início da mesma, acabaria por desfalecer ao km 29, faleceria no dia seguinte, é a primeira vitima mortal dos Jogos Olímpicos da era moderna.
Muito se especulou sobre as causas da morte de Francisco Lázaro, mas a autópsia revelou desidratação extrema, e claramente foi um "duelo contra o sol", contrariamente ao publicado nos jornais coevos, da prática de emborcação; mistura de 4 claras de ovo, 1 gema de ovo, 450 ml de água, 700 ml de essência de terebentina e 450 ml de ácido acético.
A memória do primeiro maratonista português no Jogos Olímpicos, Francisco Lázaro é evocada em Ruas, e no meio desportivo também, não somente a sua "performance" e o seu carácter inovador, que muito empolgou a comitiva portuguesa nesses jogos de Estocolmo, que o catalogavam como candidato ao título olímpico, as suas façanhas inspiraram a literatura portuguesa.
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